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O que o seu médico pode não ter te contado sobre os “prazóis”

O que o seu médico pode não ter te contado sobre os “prazóis”

Os medicamentos com a terminação “prazol” (inibidores da bomba de prótons) são indicados e, em geral, muito efetivos para a cicatrização e alívio da esofagite, do refluxo gastroesofágico, da hiperacidez estomacal, da gastrite, bem como de úlceras no duodeno e estômago.

Apenas os médicos podem prescrever ou suspender medicamentos. Mas, como Nutricionista, oriento e alerto sobre os cuidados em relação ao seu uso prolongado — e explico o porquê.

Em primeiro lugar, avaliaria a real necessidade do uso. Vejo bastante confusão em relação aos sintomas. Muitas pessoas acreditam ter excesso de acidez, quando, na verdade, apresentam um quadro de hipocloridria (baixa acidez estomacal) e, consequentemente, dificuldade na digestão dos alimentos. Nesses casos, o mais indicado seria trabalhar com ajustes na dieta e, possivelmente, com a introdução de enzimas digestivas.

Em segundo lugar, recomendaria analisar, junto ao médico, a duração do tratamento. Acredito no uso transitório da medicação, para resolver uma crise específica. No entanto, questiono prescrições para uso contínuo, sem que se investiguem as causas dos sintomas e sem que se orientem mudanças importantes no estilo de vida que possam estar perpetuando o quadro. Além disso, sugiro, sempre que possível, uma transição gradual (o chamado “desmame”), com alternativas mais naturais, como o suco de aloe vera.

Os principais efeitos adversos desses medicamentos derivam do fato de que eles alteram a acidez gástrica, impactando:
a) A digestão dos alimentos, que podem chegar ao intestino em partículas maiores, ativando o sistema imune e favorecendo processos inflamatórios.
b) A absorção de vitaminas e minerais.
c) O microbioma estomacal, que depende de um ambiente ácido para se manter equilibrado — aumentando o risco de supercrescimento bacteriano, como a H. pylori.

Além disso, estudos recentes apontam que o uso prolongado desses medicamentos pode aumentar em até 2,4 vezes o risco de câncer gástrico.

Na visão da Nutrição Funcional, é fundamental sempre buscar compreender a raiz dos problemas. Os medicamentos podem, sim, ter seu papel — mas, enquanto não ajustarmos os fatores do estilo de vida que causam os sintomas, não conseguiremos uma resolução definitiva.