Quem me conhece sabe que sou adepta e defensora de uma alimentação mais low carb. Acredito que essa estratégia pode ser muito interessante para melhorar diversos aspectos da saúde metabólica, além de contribuir para o controle de peso e a prevenção de doenças.
No entanto, é importante compartilhar uma preocupação: tenho observado um crescimento preocupante de extremismos e mitos em torno desse assunto. O que deveria ser uma busca por mais saúde e qualidade de vida acaba, muitas vezes, se transformando em neura, restrições excessivas e até escolhas alimentares ruins.
O problema não são os carboidratos, mas os excessos e as escolhas ruins
Ao longo dos anos, nossa alimentação se tornou cada vez mais rica em farináceos refinados, açúcares, gorduras trans, e, ao mesmo tempo, mais pobre em fibras, nutrientes essenciais e comida de verdade.
Esse padrão alimentar, associado ao sedentarismo, ao estresse crônico e à privação de sono, está entre os principais fatores que contribuem para o aumento das doenças metabólicas, como a obesidade, o diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares.
Como reação a esse cenário, muitas pessoas buscaram reduzir o consumo de carboidratos, o que é compreensível e, em muitos casos, recomendado. No entanto, o que preocupa é a demonização indiscriminada de todos os alimentos ricos em carboidratos, incluindo frutas, legumes e tubérculos — alimentos nutricionalmente densos e importantes para a saúde.
Enquanto isso, algumas dietas ditas low carb acabam estimulando o consumo ilimitado de embutidos, carnes processadas, queijos e alimentos ultraprocessados.
É preciso refletir: faz sentido ter pânico de comer frutas, mas consumir grandes quantidades de linguiça, salame e bacon?
A defesa é por mais equilíbrio e consciência
O que defendo aqui é uma abordagem baseada no equilíbrio, na consciência alimentar e na priorização de alimentos naturais.
Na minha própria alimentação, a base está em:
- Ovos
- Carnes de boa procedência
- Muitos vegetais
- Duas a três porções de frutas por dia
Esse é o meu pilar nutricional.
Quando escolho incluir alimentos como pães, bolos e doces no café da manhã ou nos lanches intermediários, opto sempre por versões mais saudáveis, com ingredientes de melhor qualidade, e consumo com moderação.
Nas fases em que estou mais focada em redução de peso ou quando quero dar aquela “secadinha”, faço sim um ajuste na quantidade de carboidratos, reduzindo um pouco mais o consumo. Mas sempre com equilíbrio e bom senso.
A minha prioridade é sempre a saúde e, para isso, é essencial nutrir o corpo corretamente.
Low carb não é “no carb”
Vale reforçar: uma alimentação low carb não significa eliminar totalmente os carboidratos ou viver com medo deles. Muito menos significa trocar fontes naturais e nutritivas por opções processadas e de baixa qualidade nutricional.
Cada pessoa deve encontrar o equilíbrio que funcione para sua rotina, suas necessidades e objetivos. E, principalmente, buscar uma alimentação que seja sustentável a longo prazo, que traga bem-estar, energia e qualidade de vida.
Mais equilíbrio, menos extremismo. Mais comida de verdade, menos neura. Esse é o caminho que defendo e pratico.
