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Constipação: o que considerar no tratamento individualizado

Constipação: o que considerar no tratamento individualizado

A constipação intestinal, definida como dificuldade persistente para evacuar, é uma condição comum, mas frequentemente negligenciada.
Além do desconforto físico, ela pode afetar a disposição, o humor e a qualidade de vida de forma significativa.

O tratamento adequado é essencial para aliviar sintomas, prevenir complicações e promover o bem-estar gastrointestinal.
Ele deve ser individualizado e baseado em uma avaliação ampla do paciente.


Aspectos que avalio em pacientes com constipação intestinal

1. Histórico clínico e cirúrgico
Investigo doenças prévias, cirurgias abdominais, histórico de infecções e internações.

2. Uso recorrente de medicamentos
Principalmente antibióticos, anti-inflamatórios e inibidores de ácido (como omeprazol), que impactam negativamente a microbiota intestinal e a digestão.

3. Hidratação e padrão alimentar geral
Avalio o consumo de água, frequência de refeições e ingestão de alimentos industrializados ou ultraprocessados.

4. Ingestão regular de fibras alimentares
Verifico se há consumo adequado de frutas, vegetais, grãos integrais, sementes e leguminosas — principais fontes de fibras solúveis e insolúveis.

5. Qualidade da mastigação e digestão
Uma mastigação inadequada ou uso frequente de medicamentos que reduzem a acidez estomacal pode prejudicar a digestão e o esvaziamento intestinal.

6. Alergias ou intolerâncias alimentares
Sensibilidades não diagnosticadas a glúten, lactose, caseína, entre outras, podem contribuir para o quadro.

7. Presença de parasitoses e disbiose intestinal
Alterações na microbiota ou infecções intestinais silenciosas são causas comuns de constipação funcional.

8. Atividade física
Movimento corporal regular favorece o peristaltismo intestinal. Avalio frequência, intensidade e tipo de exercício.

9. Sono, estresse e saúde mental
O intestino está diretamente conectado ao sistema nervoso. Estresse crônico, distúrbios do sono e ansiedade podem afetar o ritmo intestinal.

10. Possíveis deficiências nutricionais
Alguns nutrientes são fundamentais para a saúde intestinal, como:

  • Vitamina D
  • Magnésio
  • Zinco
  • Ômega-3

Tratamento não é fórmula pronta

Cada paciente tem uma causa (ou combinação de causas) diferente para o seu sintoma.
Por isso, o uso indiscriminado de laxantes ou soluções temporárias tende a mascarar o problema e, com o tempo, agravá-lo.

O foco do tratamento funcional é restabelecer o equilíbrio intestinal de forma natural, através de:

  • Alimentação personalizada
  • Correção de deficiências
  • Suplementação quando necessário
  • Ajuste no estilo de vida (sono, movimento, saúde emocional)