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Afinal, o glúten faz mal para todo mundo?

Afinal, o glúten faz mal para todo mundo?

Você provavelmente já ouviu alguém dizer que o glúten faz mal, que precisa ser cortado da alimentação ou que ele está por trás de vários sintomas desconfortáveis. Mas… será que isso é verdade para todo mundo?

Vamos esclarecer.


O que é o glúten, afinal?

O glúten é o nome dado a um conjunto de proteínas presentes principalmente no trigo, no centeio e na cevada. Ele é responsável por aquela textura elástica e viscosa que dá maciez e “liga” a muitos pães, bolos e massas. Não por acaso, é amplamente usado pela indústria alimentícia para melhorar textura e aumentar a durabilidade dos produtos.

Mas aqui está o ponto-chave: algumas dessas proteínas têm digestão difícil. Quando chegam ao intestino sem serem devidamente quebradas, podem ser vistas pelo corpo como um agressor, provocando respostas imunológicas e processos inflamatórios.


Se você for celíaco, não há alternativa

A doença celíaca é uma condição autoimune em que a ingestão de glúten causa danos ao intestino delgado. Nesse caso, a exclusão total do glúten é obrigatória.

⚠️ E não basta só evitar pães e massas: é preciso atenção até ao uso de utensílios como talheres e copos — pequenas partículas já são suficientes para causar sintomas intensos e potencialmente graves.


E se você não for celíaco?

Se você não tem doença celíaca e também não apresenta sintomas associados ao consumo de glúten (como inchaço, dores de cabeça, fadiga ou desconforto digestivo), não há necessidade de uma restrição total.

Mas atenção:
Mesmo nesses casos, a recomendação é de consumo mínimo.

E por quê?


Porque comer menos glúten é consequência de comer melhor

Um dos pilares de uma alimentação saudável é reduzir alimentos processados e ultraprocessados — e a grande maioria deles contém glúten. Além disso, farináceos (alimentos à base de farinhas, como bolos, pães, biscoitos) costumam ter alta densidade calórica, baixo valor nutricional e alto impacto glicêmico.

Logo, quando você adota uma alimentação baseada em comida de verdade, naturalmente já estará diminuindo o glúten da sua rotina.


“Mas meus avós sempre comeram trigo!” Será mesmo o mesmo trigo?

É comum ouvir esse argumento. Mas o que muita gente não sabe é que o trigo de hoje é completamente diferente do trigo de décadas atrás.

Estudos mostram que as variedades modernas de trigo podem ter até 20 vezes mais glúten do que os grãos ancestrais, devido a processos de aprimoramento genético e modificação agrícola.

Ou seja, o trigo que nossos avós consumiam era muito menos agressivo para o organismo.


Para consumo ocasional, escolha melhor

Se for consumir glúten eventualmente, algumas dicas ajudam a reduzir seu impacto:

  • Prefira fermentação natural, como no pão de fermentação lenta (melhor digestibilidade)
  • Opte por farinhas mais antigas, como a Espelta, com perfil proteico mais próximo do trigo ancestral
  • Evite produtos ultraprocessados com glúten adicionado artificialmente

Conclusão: glúten não é vilão absoluto, mas merece atenção

Você não precisa cortar o glúten da sua vida se não houver indicação clínica.
Mas a verdade é que consumimos muito mais glúten — e de pior qualidade — do que o corpo foi feito para lidar.

Reduzir seu consumo, priorizando alimentos naturais e integrais, trará benefícios reais para sua saúde intestinal, metabólica e inflamatória. E no fim das contas, isso significa mais disposição, melhor digestão e até controle de peso.